quinta-feira, 3 de março de 2011

VESTÍGIOS



 

Francamente!
Pensei que teus vestígios
Tivessem ficado esquecidos
Nas paredes do lugar
Onde vivemos nossa história!
Que ingenuidade a minha!
Qual não foi minha surpresa
Ao me deparar com teus vestígios
Aqui neste lugar onde não vivemos quase nada
Morando em minhas gavetas
Se alojando nas janelas
Se refrescando em meu chuveiro
Dormindo em minha cama!
É um exercício diário que faço
Tentando desviar de teus vestígios
Brincamos de esconde-esconde por horas
Mas eles sempre ganham a brincadeira!
Mera tentativa vã esta que faço,
Pois teus vestígios estão entranhados em mim
No meu corpo
Na minha alma
No meu querer
E no meu amor,
Amor esse que sopra todos os dias
No meu ouvido e me acalma
Dizendo
Que o dia que esperamos tanto
Não tarda a chegar,
Chegará numa manhã de sol
Em algum inverno
E terá a noite de lua
Mais bonita que meus olhos
Já puderam enxergar!


Ana Mascarenhas – 29/09/2004

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