O ALENTO DA FERRUGEM
Com o passar do tempo
Algumas pessoas
Vão mostrando suas
garras
Garras afiadas de
ganância
Garras afiadas de
vaidade
Garras afiadas de
poder
Até que a máscara cai
E as verdades vão se
desvelando
Dia após dia
A face do anjo
Se contorcendo
Harmonia que
desvanece
Paz que se transforma
em guerra
De egos e vaidades
Que traiçoeiramente
Vão carcomendo tudo
Destilando veneno
Sugando energia
Deixando no dia
Um rastro de insatisfação, insegurança e medo
Quando tudo poderia
ser feito
De sentimentos
Que agregassem
Simplesmente
Cumplicidade, riso, verdade,
leveza, confiança
E paz
Mas não há alívio
E o veneno segue
escorrendo
Silenciosamente
Em nossas entranhas
Corroendo, corroendo,
corroendo
Como a ferrugem
Que corrói os trilhos
Deformando o destino
Que em vão
Tenta abrir suas asas
Sobre um abismo
Ana Mascarenhas – 04/12/2013