terça-feira, 28 de junho de 2011

Na quinta-feira estaremos lá na Parrillada Mercado Del Puerto Egbert Parada e eu! Apresentaremos canções próprias e outras canções que nos encantam a alma e nos aquecem o coração. Apareçam por lá! 



quarta-feira, 22 de junho de 2011

Meus caros
Hoje a partir das 21:30 estaremos na Fenadoce, no palco da cidade do doce
Egbert Parada e eu.
Apareçam!!


Ana Mascarenhas - 22/06/11

terça-feira, 21 de junho de 2011


ANCORANDO NOS BECOS DO SILÊNCIO


Gosto de andar em silêncio
Pelas ruas de mim
Passeio entre as vielas
E os lugarejos que me habitam
Ouvindo os rumores do vento
Atenta aos segredos que a alma me revela
Meus sentimentos apaziguados
Sem redomas ou peias
Livre de subterfúgios
Alçando vôos sem medo
Cantarolando a canção melodiosa
Da leveza
Desde que aprendi
A ancorar minha vida no hoje
Não há resquícios de sofrimento
Nenhum arpão cravado no peito
Nem cacos de vidro rasgando a alma
Apenas os altos e baixos comuns das marés
As ondas que vão e vem
Trazendo verdades que sou capaz de enfrentar
Sem dilacerar-me
A cada anoitecer um céu diferente
A cada esquina uma possibilidade
E a cada manhã
Abrir minhas janelas
Destrancar as portas
Arejar a casa
Caminhar pelos becos
E ancorar outra vez



Ana Mascarenhas – 21/06/2011

domingo, 19 de junho de 2011

AS OUTRAS FACES DO SILÊNCIO





Naquela noite havia um silêncio
Diferente de todos os outros silêncios que já ouvi
Um silêncio absoluto
Ecoando significados que eu ainda não conhecia
Olhares que se tocavam
Respirações que se revelavam
Na rua nada
Nenhum ruído
Aqui dentro
Apenas nós dois
E aquele pulsar
Que antecede o que parecia ser indizível
Teus olhos, duas poças d’água
Tua voz embargada
Como se estivesses recitando algo que te toca a alma
Foi então que teu olhar tocou o meu
E o sagrado rasgou a noite
Quis continuar com meu amor calado
Como se dizê-lo significasse tomar o último gole
E se depois de tudo dito tirassem o ralo do mar
E tudo escoasse ralo abaixo?
E se descessem pelo ralo nossas vontades e levezas?
E se tudo virasse banal, previsível e óbvio?
Até que meu olhar tocou o teu
E senti que nada poderia
Destruir o que ali se construíra
Eu crescera
Tudo crescera
E finalmente maturava em mim
Um sentimento livre, respeitoso, faceiro e raro
Um sentimento que eu cuido de um jeito diferente
Um sentimento leve, sem risco de encarceramento
E que minhas antigas tendências asfixiantes
Desta vez não teriam chance de sufocar
Era algo que chegara sem alarde
Algo que não é mensurado em quantidade
De tempo, palavras ou abraços
O que sinto hoje
É mensurado pela qualidade do silêncio
Pela grandeza de ser aquilo que se é
Pela naturalidade de não querer transformar
O outro naquilo que ele não é
É mensurado pela intensidade da leveza
Pelo calor do braseiro
Pela sintonia da alma
Pela constância do riso
E pela imensidão do mar
Era algo que me chegara
De um jeito diferente
Eu não sentia mais medo
Nada me doía
Eu só queria sentir
E continuar navegando
Enquanto meu coração
Sorria em silêncio




Ana Mascarenhas – 19/06/2011

quarta-feira, 8 de junho de 2011

segunda-feira, 6 de junho de 2011


EU TE AMO / MÚSICA DE CHICO BUARQUE E TOM JOBIM
 COM
CHICO BUARQUE, PAULA MORELEMBAUM E TOM JOBIM

...Enquanto isso, o navio segue tranquilo singrando o mar...



Ana Mascarenhas - 06/06/2011

sábado, 4 de junho de 2011

RECEITA



Gosto da mistura
De música e tempero
Que compõe a minha vida
Enquanto
A cebola frita na panela
A voz esquenta na alma
O aroma do alho
Misturado ao timbre
Vai refogando os dias
Poesia com gosto de manjericão
Açafrão dando cor às melodias
Tudo em harmonia
Enquanto a manhã avança em fogo brando
Tudo vai sendo criado
Entre pitadas de sal, pimenta do reino e paixão
A água ferve
E as palavras em mim também estão efervescendo
Meu pensamento voa um pouco
Penso em ti
E meu coração aquece
Outro sabor
Que ando provando
E que vem dando um bom gosto aos meus dias
Um gosto agridoce
Tempero exótico
O ardido do agrião
Regado ao molho de mel e mostarda
Uma canção entoada
Nas brasas do acaso
Notas dissonantes
Águas de rosas
Dão o aroma
E vão flambando a ilusão
Pra depois guarnecer
E dar água na boca
Um sustenido aqui
Uma iguaria ali
E tudo vai se complementando
Porções de comida
Salpicadas de cantiga
Dão a liga que faltava
Pra arrefecer a correria
Um punhado de esperança
Com gotas de laranja
Douram a colheita do amanhã
Num ritmo bem cadenciado
Tudo isso misturado
Na medida certa
Dá um bom caldo
Ou um molho bem encorpado
Seja no palco ou na tigela
Vou compondo a receita
Cebolinha e poesia
Um toque de alecrim
E um tanto de canção
Notas temperadas no limão
Repousam nas entrelinhas
Dão o ponto e o tom
Pra deixar a vida
Com gosto de quero mais



Ana Mascarenhas – 02/06/2011















TUDO QUE PULSA SOB O CÉU


Gosto de saber das coisas minhas que reverberam em ti
De que há coisas que ecoam em nós dois
Não tenho pressa nem anseio
Nem me desalinho enquanto elas não ganham os céus
Há certa magia em viver a beira do penhasco
Existe algo em torno dessa magia
Que faz com que eu respire profundamente
O ar não está rarefeito
Há uma leveza sublime a beira do penhasco
Um mistério quase afrodisíaco
Um desejo inesgotável de permanecer ali
Uma lucidez quase insana
Até agora nada houve que me fizesse recuar
Nenhuma dor lancinante que me desviasse do caminho
Nem mesmo os sentimentos não ditos
Há silêncios que falam
E outras coisas que caladas pulsam
No nascedouro de tudo isso que é a alma
Num ritmo de um querer profundo e desacelerado
Desconstruído de obviedades
E que surpreendentemente
Repousa nos braços da ternura
Pra depois mergulhar na infinitude dos momentos
Desbravando refúgios sagrados
Gosto salgado de lágrima e riso
Desespero acalentado em tuas mãos
Que quando perto me afagam
E quando longe, também


Ana Mascarenhas – 04/06/2011






ELIS REGINA/ ME DEIXAS LOUCA

O nascedouro da interpretação de Elis Regina é a alma, e isso ja diz tudo.