sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

QUERER PROFUNDO
Não quero jogar a âncora
Onde habitam os meus desassossegos
Quero seguir viagem
Rumo às levezas
Que sempre estiveram no meu entorno
Quero voltar a enxergar além dos muros da minha rua
Quero o palpável
Quero o infinito num segundo
Quero a verdade
Não quero ser digna de compaixão
Quero o riso
Quero a cumplicidade
Quero que me olhem nos olhos
Que me apontem os erros
Mas também quero que me abracem
Não quero ficar a deriva
Quero um cais
Pra aportar minhas fragilidades
Quando porventura
Elas falarem mais alto que meu discernimento
Quero o arrepio
Quero poder ficar a flor da pele
Com as coisas que me tocam a alma
Às vezes quero colo
Pra ter um respiro pra levantar
E ir em busca das coisas que acredito
Quero o desejo
Quero a canção
Não quero a frieza de olhos que não se olham
Quero a poesia de um entardecer
Não quero o desvario dos vaidosos
Quero a simplicidade de poder viver as coisas na sua plenitude
E a realidade de ser o que elas são
Não quero viver no raso
Quero o mar em toda sua profundidade
Quero as ondas me levando e me trazendo
Quero devassar os segredos em mim

Ana Mascarenhas- 28/02/20014

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

PALAVRAS E LABIRINTOS
Palavras
Soltas
Palavras
Sem rumo
Palavras
Sem papel
Palavras emaranhadas
Pulsando na alma
Palavras escondidas
Nos meus labirintos
Enquanto elas não vêm
Verte de mim um silêncio
Que ecoa
E me ensurdece

Ana Mascarenhas – 21/02/2014




quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014


















POEMA DE UM AMOR SEM FIM
Meus medos se acalmam
Quando sinto nossas almas voando juntas
Sinto tudo serenando em nós
A leveza que nos ronda
Tua boca na minha
Teus olhos rasgando os meus
Um olhar de ternura
Um afago que cura
Desejos que não descansam
Vontades que não se acabam
Um sentimento perene
Uma certeza sem grilhões
Um viver sem modorra
Uma faísca sempre acesa
Eu em ti
Tu em mim
Um querer mais forte que a tempestade
Aquele riso que ecoa
Um vestígio que fica
Teu gosto na minha boca
Um poema de um amor sem fim
Um amor que liberta
E que em liberdade
A cada dia
Recomeça

 Ana Mascarenhas – 12/02/2014










quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014


















SEDE
A vida é um constante desafio
O mar às vezes se revolta
Outras vezes se acalma
Perco o leme
Sou um barco a deriva
Me desalinho
Depois me acho
E assim vou navegando
Ora em solitude
Ora em solidão
As palavras reverberam
Os quereres arrefecem
 As flores tem sede
Eu tenho sede
Sede de chuva
Sede de vida
Sede de mar
Sede de mim

Ana Mascarenhas – 12/02/201


quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014


Nada a declarar....
Apenas, ouçam de alma e coração abertos....
Boa viagem...



quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

De onde vem
Essa inquietação na alma
Vem de algo concreto
Vem de algo abstrato
Ou vem dos rumores
Das línguas ferinas
Que não se cansam
De destilar o veneno
E depois despejar
Sobre a paz de quem
Não desconhece os perigos do mar
Mas ainda assim
Não desiste de navegar
Rumo ao que acredita
Ser o infinito


Ana Mascarenhas – 05/02/2014

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

A MEIO MILÍMETRO DE MIM
Quase sempre
Teu amor me basta
Mas tem dias
Que tua boca
Teu abraço
Tua voz
E teu olhar
Afagariam meus medos
Um pouco mais
Especialmente nos dias
Em que minha alma se agita
E pressente
Aquilo que meu coração
Já escolheu há muito tempo
 Não querer saber

Ana Mascarenhas – 03/02/2014