sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

MANSIDÃO INCANDESCENTE

 Que vontade de deitar meus olhos
Nas ternuras que repousam nos teus abraços
E depois capturar teus versos mais afiados
 E despejar sob a noite na calçada
Enquanto a navalha decepa o medo 
De que tudo se acabe
Lágrimas despetalando a verdade
Quereres sobrepondo o tempo
Amor desencarcerado
Vastidão de sentimentos
Luzindo no infinito
Enquanto os desejos da alma
Pairam
Sobre a mansidão
Incandescendo ainda mais
O que sempre esteve vivo

Ana Mascarenhas – 22/02/2013
















domingo, 17 de fevereiro de 2013

DISTANTES NAUFRÁGIOS

     Não me agrada essa sensação de não saber o que há
Gosto da cumplicidade que nos faz saber o que somos
Gosto dos mistérios
Dos silêncios
E sinto que são saudáveis as ausências
Mas não gosto dos abismos
Que algumas distâncias causam
Gosto de saber
Que nossas verdades
Nossas levezas
E nossas certezas mais tênues
Continuam inabaláveis
Gosto daquele teu olho que me fita
E tudo diz sem nada dizer
Mas hoje só ouço um silêncio sem eco
E me sinto só
Diante de um mar
Que ainda não conheço

Ana Mascarenhas – 17/02/2013

Em casa, ensaiando com meu parceiro Egbert Parada.
 Música: Modinha/ Tom Jobim
Imagens e edição: Luís Fabiano