sábado, 19 de abril de 2014

O ÚLTIMO GOLE A ESPERA DO FIM

Saudade de nossas bocas sedentas
De poesias e desejos
A cada dia
Tudo parece esmorecer
Nós dois
O último gole a espera do fim
A calçada vazia entornando lembranças
Um silêncio que corta
Uma verdade não dita
Quereres adormecidos pelo tempo
Vestígios de um amor bonito
De um amor perene
De um amor que já foi
E que deixou marcas
Tatuadas na alma
Um amor transformado pelo tempo
Um mar de amor
Se apagando nos teus olhos
Que não mais querem morar nos meus
Olhares fugidios
Ternuras esquecidas
Em um cais calado
Levezas ancoradas no ontem
E um silêncio rugindo as incertezas do hoje
Enquanto da tua alma
Não sinto incandescer mais nada
Que me faça acreditar
Que o barco
Ancorado há muitas luas neste porto
Possa um dia desancorar do tempo
E simplesmente
Voltar a navegar

Ana Mascarenhas – 19/04/2014





segunda-feira, 7 de abril de 2014





Maria Rita....
Diz tudo
Quando não se precisa dizer....nada....


domingo, 30 de março de 2014

OLHOS DE MAR
A noite chega
Estou sozinha
Na sala de minha casa
As portas e janelas estão abertas
Uma brisa suave invade a sala
Me sinto inquieta
Fecho os olhos
Vejo o mar
Escuto a música que vem dele
O barulho das ondas
Quebrando na praia
Uma melodia aninhada na alma
Indo
Vindo
Lambendo os desejos do mar
Abro os olhos e penso
Que tudo que eu queria agora
Era o mar
Bem aqui
Do outro lado dos meus olhos


Ana Mascarenhas - 30/03/2014
CALÇADAS DE OUTONO
O outono chegara
E com ele eu estava em boa companhia
A cidade estava quieta
As folhas das árvores balançavam lentamente numa dança silenciosa
Sobre a calçada apenas uma cadeira
E algumas folhas secas trazidas pelo vento
Sobre o degrau da porta
Um copo de cerveja
Um maço de cigarros
E em mim uma sensação recorrente de vazio
Eu me sentia vazia como a noite da minha rua
Vez ou outra
Um carro que passava
Interrompia meu devaneio solitário
Me trazendo de volta
Daquela viagem sem passageiros
Na sala, o rádio estava ligado
As luzes estavam acesas
Mas em mim quase tudo se apagara
Acendo um incenso e mais um cigarro
Mais uma cerveja talvez
Pra amortecer os sentidos
Os sentimentos
Os medos e os desejos
Que insistem em pulsar
Rompendo o meu deserto na calçada
Não quero sentir nada
Não hoje
Não agora
Não neste momento
Onde tudo parece tão insano
Não neste instante onde em mim tudo parece doer
Meu corpo deformado pelo tempo
Minha mente incapaz de controlar todo esse desatino
Minha alma entristecida pelas coisas nas quais acreditei
E que se perderam pelos descaminhos
A casa agora está em silêncio
O telefone não toca
A lua não apareceu
E o mar não está aqui perto
Mas a noite está bonita
O céu está estrelado
E o outono me conforta

Ana Mascarenhas – 30/03/2014

terça-feira, 25 de março de 2014

PÉTALA DA MADRUGADA
A madrugada
Afoita
Sempre está a nossa espera
Com ares de quem sabe
Que já é tarde
E que em breve
Está na hora de ir embora

Ana Mascarenhas – 25/03/2014


quinta-feira, 13 de março de 2014


Há coisas que não precisam ser ditas....
Basta sentir....
Com a  alma e coração...
Simples, assim





sexta-feira, 7 de março de 2014

SIM, EU SINTO, MUITO
Não me deixo doer pelas ausências
Nem pelos silêncios
Quero apenas apegar-me as verdades daquilo que sinto
Apego-me aos sentimentos que fazem morada dentro de mim
Vou preenchendo as lacunas que por vezes se abrem
Tentando entender a mim
Tentando entender os outros
Algumas vezes me abismo
Outras vezes me encanto
Não raro me calo
E me deixo apenas sentir
Não sei se é certo ou errado
Mas faz parte da minha essência
Sentir tudo até o osso
Seja dor
Ou Paz
Não lido bem com superficialidades
Tem dias que choro por nada
E outros dias que desfruto
Das sensações de serenidade
Advindas da alma
Isso pra mim é viver
Sem máscaras
Ser o que sou
E sentir o que sinto
Um luar luzindo na escuridão
Uma navalha rasgando a pele
Ambos me fazem sentir
Encantamento ou dor
Enquanto meu sentimento
Não beirar o abismo da indiferença
É sinal de que ainda estou viva
E de que por aqui
De uma maneira ou de outra
Tudo anda bem

Ana Mascarenhas – 07/03/2014





quinta-feira, 6 de março de 2014

47 MESES E UM QUERER SEM FIM
Mais um ciclo que nos brinda
Mais um verão que está quase indo embora
Mais um inverno que está por chegar
E nós ainda estamos aqui
Talvez sem uma leveza constante em nosso entorno
Talvez sem tanta constância em nossos encontros
Mas nossas certezas ainda parecem estar em nós
Como o mar que transborda e se recolhe
Em ondas que vão e vem
Ora ele se recolhe
Ora ele transborda outra vez
Mas ele está ali
E nós sabemos disso
Rasgos de um querer
Que não se termina
Eu arriscaria dizer que te sei tanto
Falo de te saber
Através do teu olho
Teu olho que brilha de encantamento
Quando falas de algo que te apaixona
Ou teu olho que se apaga
Feito outro dia
Quando algo te aperta o peito
Falo de te saber como és
E de te querer como és
Falo de um querer genuíno
E de um querer perene
Que me arremessa pra vida
Que me escancara as verdades
Que me dilacera e me afaga
E ao mesmo tempo me acolhe
Nos abraços mais ternos
Que só o silêncio
De nossas almas entrelaçadas por tanto tempo
É capaz de nos fazer compreender
 Porque ainda estamos aqui

Ana Mascarenhas – 06/03/2014









sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

QUERER PROFUNDO
Não quero jogar a âncora
Onde habitam os meus desassossegos
Quero seguir viagem
Rumo às levezas
Que sempre estiveram no meu entorno
Quero voltar a enxergar além dos muros da minha rua
Quero o palpável
Quero o infinito num segundo
Quero a verdade
Não quero ser digna de compaixão
Quero o riso
Quero a cumplicidade
Quero que me olhem nos olhos
Que me apontem os erros
Mas também quero que me abracem
Não quero ficar a deriva
Quero um cais
Pra aportar minhas fragilidades
Quando porventura
Elas falarem mais alto que meu discernimento
Quero o arrepio
Quero poder ficar a flor da pele
Com as coisas que me tocam a alma
Às vezes quero colo
Pra ter um respiro pra levantar
E ir em busca das coisas que acredito
Quero o desejo
Quero a canção
Não quero a frieza de olhos que não se olham
Quero a poesia de um entardecer
Não quero o desvario dos vaidosos
Quero a simplicidade de poder viver as coisas na sua plenitude
E a realidade de ser o que elas são
Não quero viver no raso
Quero o mar em toda sua profundidade
Quero as ondas me levando e me trazendo
Quero devassar os segredos em mim

Ana Mascarenhas- 28/02/20014

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

PALAVRAS E LABIRINTOS
Palavras
Soltas
Palavras
Sem rumo
Palavras
Sem papel
Palavras emaranhadas
Pulsando na alma
Palavras escondidas
Nos meus labirintos
Enquanto elas não vêm
Verte de mim um silêncio
Que ecoa
E me ensurdece

Ana Mascarenhas – 21/02/2014




quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014


















POEMA DE UM AMOR SEM FIM
Meus medos se acalmam
Quando sinto nossas almas voando juntas
Sinto tudo serenando em nós
A leveza que nos ronda
Tua boca na minha
Teus olhos rasgando os meus
Um olhar de ternura
Um afago que cura
Desejos que não descansam
Vontades que não se acabam
Um sentimento perene
Uma certeza sem grilhões
Um viver sem modorra
Uma faísca sempre acesa
Eu em ti
Tu em mim
Um querer mais forte que a tempestade
Aquele riso que ecoa
Um vestígio que fica
Teu gosto na minha boca
Um poema de um amor sem fim
Um amor que liberta
E que em liberdade
A cada dia
Recomeça

 Ana Mascarenhas – 12/02/2014










quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014


















SEDE
A vida é um constante desafio
O mar às vezes se revolta
Outras vezes se acalma
Perco o leme
Sou um barco a deriva
Me desalinho
Depois me acho
E assim vou navegando
Ora em solitude
Ora em solidão
As palavras reverberam
Os quereres arrefecem
 As flores tem sede
Eu tenho sede
Sede de chuva
Sede de vida
Sede de mar
Sede de mim

Ana Mascarenhas – 12/02/201


quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014


Nada a declarar....
Apenas, ouçam de alma e coração abertos....
Boa viagem...



quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

De onde vem
Essa inquietação na alma
Vem de algo concreto
Vem de algo abstrato
Ou vem dos rumores
Das línguas ferinas
Que não se cansam
De destilar o veneno
E depois despejar
Sobre a paz de quem
Não desconhece os perigos do mar
Mas ainda assim
Não desiste de navegar
Rumo ao que acredita
Ser o infinito


Ana Mascarenhas – 05/02/2014

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

A MEIO MILÍMETRO DE MIM
Quase sempre
Teu amor me basta
Mas tem dias
Que tua boca
Teu abraço
Tua voz
E teu olhar
Afagariam meus medos
Um pouco mais
Especialmente nos dias
Em que minha alma se agita
E pressente
Aquilo que meu coração
Já escolheu há muito tempo
 Não querer saber

Ana Mascarenhas – 03/02/2014





domingo, 12 de janeiro de 2014

QUANDO TE SENTI OUTRA VEZ EM MIM
 Queria poder ancorar
No momento exato
Em que teus olhos deitam nos meus
Pra guardar a sensação do teu amor
Invadindo outra vez minha alma
Incandescendo meus sentidos
Ternuras e desejos que se capturam
Enquanto o mar
Infinito
Nos espera
Um vento que sopra
Uma brisa que acaricia
Um barco que navega
Deixando na vastidão
Rastros da nossa verdade
Meu pensamento em ti
Não sei onde estás
E mesmo sem saber
Te sinto
E te sentindo
Me sinto voar
E voando
Nos tocamos
E juntos
Mais uma vez
Singramos o mar
Enquanto a lua
Faceira e conivente
Parece que nos espia e sorri

Ana Mascarenhas – 12/01/2014