quarta-feira, 23 de março de 2011

Lua, lua, lua

Quem me conhece sabe, sou suspeita pra falar da lua. Digamos que tenho com ela uma relação de grande intimidade. Ela enfeita minhas noites, acalenta meus desconfortos, ouve minhas lamúrias e ainda me deixa cantar pra ela. Eu a tenho tatuada em meu ombro e a carrego todos os dias num anel, pra cima e pra baixo. Gosto de todas as formas como ela se mostra, mas confesso que fica ainda mais linda quando sorri num crescente. Ontem fiquei esperando por ela na beira da lagoa, enquanto a faceira se banhava naquelas águas. Depois emergiu soberana, dançando lenta com a escuridão. Rasgou a noite com seu rastro e se pôs ali, a cuidar dos barcos. Logo após, acompanhou-me até em casa e diga-se de passagem foi até lá cochichando no meu ouvido, pedindo que eu escrevesse algo pra ela. Assim, fui descansar aninhada nas coisas que ela me inspira. E ao amanhecer a lua se fazia palavra através dos meus versos. Agora, ja faz uns dias que não a vejo, mas por certo virá qualquer dia desses me acordar de manhã.


Ana Mascarenhas - 23/03/11



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