quarta-feira, 27 de abril de 2011

ALHOS COM BUGALHOS



Parece que tudo está fora do lugar
E não encontro o lugar onde colocar esse tudo
Alojam-se dentro de mim
Coisas que deveriam estar
Em lugares tais como:
Comida na mesa, contas pagas, filho em baixo da minha asa
Levantar, trabalhar, ganhar o pão de cada dia
Fazer a manutenção básica da casa
Vidros que quebram, quartos que chovem, paredes que descascam
Fazer feira uma vez por semana
Alfaces, flores, abacates
Alho, muito alho, pois preciso garantir aquela massa alho e óleo
Que faz tanta gente feliz!
Um arroz com cebola bem fritinha
E porque não alguma carne?
Alface, muita alface! Alface de entrada
Alface de sobremesa, alface na hora do filme
E depois um cigarrinho com muito queijo ralado
Opa, o queijo ralado é na massa
E não no cigarrinho, mas enfim
A ordem dos fatores, não altera o produto
Feijão? Sim, fumo com farinha.
Opa quis dizer, como com farinha
O cigarro? Não, não, o feijão!
Mas que confusão! É isso que dá tanta coisa fora do lugar
Fico até me atrapalhando com as palavras
Misturando alhos com bugalhos
Queijos com cigarros
Dignidade com consideração
Mas não dá nada não
Não há um ditado que diz que depois da tempestade
Vem a bonança?
Então! 
Ela certamente está por vir
E quando vier, por certo me abarcará
Enquanto isso, um “alhozinho” aqui
Um “óleozinho” ali
Um “queijinho” acolá
E vamos comendo essa “massinha”!



Ana Mascarenhas - 27/04/11

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