sábado, 9 de abril de 2011

LABIRINTOS DE MIM
 
É hora de parar um pouco e olhar pra dentro de mim. Nos últimos dias tudo se bagunçou aqui por dentro. Me vi acuada quando acordei no meio da noite com intuições. Não quero intuir nada. Não gosto dessas sensações que revelam coisas que escolhi não saber. Levanto, fumo um cigarro, tomo um chá, escrevo. Escrever sempre ajuda. Escrever me esvazia dessas sensações que tomam conta dos meus labirintos.
Fecho os olhos e ando por eles percebendo o que se esconde em cada canto. Quando se sabe o que é e onde está, fica mais fácil compreender de onde vêm tais pressentimentos. Depois de compreendido é hora de detê-los, e é o que faço enquanto o papel vai absorvendo cada sombra, cada curva, cada palavra guardada nos labirintos de mim.
Mais um cigarro e tudo vai amanhecendo nos meus arredores. Eu amanheço, o dia amanhece e as sensações já não estão em mim. Ficou tudo no papel. Me sinto leve. Meus labirintos estão vazios outra vez, estão livres desses sentimentos que moraram ali por tanto tempo. Hoje já não moram mais. Hoje só aparecem quando me perco nos caminhos da alma e felizmente isso acontece cada vez com menos intensidade. Pois afinal de contas, além de ser uma mulher de muitas sensibilidades, sou uma mulher de muitos neurônios e com certeza é isso que sempre me traz de volta ao equilíbrio. Ainda bem!
  

Ana Mascarenhas - 09/04/11

Um comentário:

  1. Ótimo sentir a sensação de mergulhar profundamente,como tudo em nossa vida,sentir na instancia final.No profundo de nós, nem sempre encontraremos anjos estelares,muitas vezes roedores sombrios,ansiosos e com medo de serem descobertos.
    Todos tememos nossas sombras, porem com o archote da verdade e alguma coragem, vamos iluminando o denso breu, plasmando no papel, nas canções ou em silêncios pacificadores,santificando um pouco a nós mesmos.
    Belo texto Ana Alice.

    Luís Fabiano.

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