segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Poemas

INCÓGNITA

Será que o nosso amor é outro?
Será que o nosso amor é louco?
Como é que o nosso amor passeia
Pelo sim e pelo não meio assim sem avisar?

Será que o nosso amor é água?
Será que o nosso amor é fogo?
Como é que nosso amor vagueia
Pela noite, pelo dia sem saber aonde chegar?

Será que o nosso amor é sol?
Será que o nosso amor é lua?
Como é que o nosso amor flutua pelo espaço
Sem saber como pousar?

Será que o nosso amor é porto?
Será que é um aeroporto?
E a torre de comando avisa
Se é seguro decolar?

Será que o nosso amor é verde?
Será que nosso amor é mato?
E a esperança ta na trilha
Que perdemos, mas buscamos encontrar?

Será que nosso amor é céu?
Será que é um arranha-céu?
Ou é só um elevador trancado
Que precisa de energia pra poder continuar?

Pra mim o nosso amor é isso
Eu acho que ele é tudo isso
E a esperança ta na trilha que perdemos
Mas queremos encontrar
Pra mim o nosso amor é isso
Eu acho que ele é mais que isso
E a resposta ta na energia
Que ainda temos
De querer continuar




Ciclone

Tenho em mim
Quase como se fosse
Uma espécie de ressaca
De palavras que são ditas sem pensar
De palavras que são ditas por dizer
Palavras que envolvem
Palavras que sugerem
Palavras que adoram
Palavras que querem
Palavras que namoram
Mas como são ditas sem sentir
Se tornam apenas palavras que
Se perdem
Então fica o dito pelo não
Dito
E sobram só as palavras que
Ferem
Mas, só um momento! Tenho
Dito!
Quando soprarem no teu ouvido
Palavras desse tipo
Tome tento
E lembre-se
Que palavras até
Se dissipam no vento
Mas que nem o tempo
Apaga
Aquilo que está escrito

 (30/08/2006)

Um comentário:

  1. O grande mistério da escrita é quantificar o peso das palavras. Quanto mais leves, mais dançarinas, mágicas. A palavra-trapezista é o alvo do poeta, o qual, acaso queira arriscar-se, escreve sem redes. É o teu caso, menina. Parabéns.

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