quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Coisas que calam

Pra mim pouco importa onde estás agora,
Se em trânsito, em transe, em marte, ou mergulhado num bom copo de rum, ou ainda se estás entre as pernas de alguma das tuas adoradas putas. Pra mim pouco importa o nome daquilo que temos
E importa menos ainda o que dizem as pessoas que vivem presas a conceitos postos. Pra mim não importa quantas bocas beijaste ou quantas ainda beijarás no mesmo dia em que beijas a minha boca.Não importa o que fazes durante o trajeto que te traz a mim. Pra mim só importa que existe o dia em que chegas e que trazes contigo aquele silêncio que só nossas almas vestem, aquele silêncio que antecede o todo e inunda nossos quereres. Pra mim só importa que existam as coisas que respiram e calam e ainda que caladas, se retorcem em nossos corações e depois se despem em forma de desejos, fomes e sedes. Pra mim importa sim, o gosto cúmplice de nossas verdades e a descoberta sedenta de nossos outros gostos que vamos provando pouco a pouco, devagar e profundamente. Pra mim apenas importa saber que vamos mar a dentro e que ir mar a dentro, significa que o que vivemos é infinito, mesmo que esse infinito seja vivido num único instante.

Ana Mascarenhas   11/02/11

Um comentário:

  1. Encontrar a maturidade, essa matura idade de se saber quem é, é conhecer caminhos novos e reconhecer o aprendizado dos velhos. Essa é a Ana que me encanta em cada palavra que poetiza, a Ana que aprende com a vida e apreende de cada experiência um meio hábil de criar. Em "sua expressão mais simples, a vida faz e refaz".
    Stael Gibbon

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