quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

VÃOS

   
Tua poesia foi escrita em mim e está mais uma vez impressa por entre todos os meus vãos. Sinto como se as palavras, os olhares e as levezas tivessem se infiltrado por dentro de mim e tomassem conta dos abismos que me habitam. Os meus vãos, estão tomados da tua poesia bruta, e os meus abismos, tomados pela sensação plena do efeito do teu olhar. Nas minhas veias, não corre mais ansiedade, angústia ou medo. Nas minhas veias corre desejo de navegar ora nas tuas águas de rio tranquilo, e outras no teu mar de águas profundas e revoltas, enfrentando com bravura, o desafio inquietante de não me deixar naufragar no mar aberto de tuas ausências. Minha garganta seca, minha boca cala, enquanto me sinto flutuar nas ondas do silêncio.É quando percebo, que tudo está na leveza de nossas asas e na sabedoria de querer aprender a voar.


Ana Mascarenhas - 27/12/10

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