quinta-feira, 11 de agosto de 2011

MADAME SATÃ



Estou na berlinda
Sinto-me exposta
Apetitosa
 Quase uma laranja de amostra
Elas me vêem
Sabem quem sou
E querem esmagar-me
Me querem fora do seu caminho
Tentam fragilizar-me
Querem que eu perca as forças
Que enverede pelos caminhos sem volta
Pelos quais elas trilham
Não
Não eu
É bom que saibam
Que eu não abrirei mão
Façam o que fizerem
Seja mandinga ou macumba
Promessa
Ou
Feitiço
Nada me fará curvar
Estou protegida pelos santos
E diabos que me carregam por aí
Estou respaldada pelo que sou
E ele sabe quem sou
A cada dia que passa
Mais ele me sabe
E mais ele me crê
Enquanto elas rastejam
Desesperadas por mais um afago
Sedentas por mais uma noite
Querendo descobrir um jeito de me reduzir a nada
Estou deitada
Assoviando
De pernas cruzadas pro alto
Ganhando céus
E mares
E porque não dizer
Alguns prazeres que só o inferno oferece
                                          De santa                                          
Não tenho nada
Sou uma mulher
Como outra qualquer
Com Garra
Gana
Desejo
Na minha boca
Um sorriso
De quem
Não tem medo
Nos meus olhos
O infinito
Nas minhas mãos
O leme
No meu pescoço
Um patuá
Onde diz
Em letras bem pequenas
Madame Satã
Para serviços leves




Ana Mascarenhas – 11/08/11

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