domingo, 25 de setembro de 2011

A INVASORA


Ela costuma chegar
Sem ser convidada
 Quase sempre
Na hora das despedidas
Ela quer
Mais um gole de noite
Mais uma dose de ilusão
Exerce sobre mim
 Um estranho poder
Quer me fazer acreditar
Que o caminho da felicidade
Pode estar escondido
No fundo de alguma garrafa
Às vezes
Deixo-me levar
Por seus devaneios
E acompanho suas viagens
Numa busca incessante
De esperança
Com ela enfiada em mim
Sou
Um passo em falso
Na beira do precipício
Pára-raios
Atraindo
 Vampiros dançantes
Pela ciranda da noite
Quando amanhece
Ela se vai
Deixando o dia
Com um rastro
De noite
Que não tem fim
E na boca o gosto
Do fel
E a saudade de mim



Ana Mascarenhas – 25/09/2011





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