sábado, 4 de junho de 2011


TUDO QUE PULSA SOB O CÉU


Gosto de saber das coisas minhas que reverberam em ti
De que há coisas que ecoam em nós dois
Não tenho pressa nem anseio
Nem me desalinho enquanto elas não ganham os céus
Há certa magia em viver a beira do penhasco
Existe algo em torno dessa magia
Que faz com que eu respire profundamente
O ar não está rarefeito
Há uma leveza sublime a beira do penhasco
Um mistério quase afrodisíaco
Um desejo inesgotável de permanecer ali
Uma lucidez quase insana
Até agora nada houve que me fizesse recuar
Nenhuma dor lancinante que me desviasse do caminho
Nem mesmo os sentimentos não ditos
Há silêncios que falam
E outras coisas que caladas pulsam
No nascedouro de tudo isso que é a alma
Num ritmo de um querer profundo e desacelerado
Desconstruído de obviedades
E que surpreendentemente
Repousa nos braços da ternura
Pra depois mergulhar na infinitude dos momentos
Desbravando refúgios sagrados
Gosto salgado de lágrima e riso
Desespero acalentado em tuas mãos
Que quando perto me afagam
E quando longe, também


Ana Mascarenhas – 04/06/2011






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