domingo, 8 de maio de 2011

IMPERMANÊNCIA





Cá estou eu
Mais uma vez
Diante da impermanência das coisas
Gosto do desafio das impermanências
Gosto que a moeda tenha dois lados
Gosto das entrelinhas
Muito embora algumas vezes
Não consiga decifrá-las
Gosto que elas existam
Mas nem sempre gosto de seus significados
Nada é estático, por certo
Mas a essência das coisas,
Dos sentimentos, das verdades, das clarezas, das liberdades,
Também é impermanente?
Não me parece que seja
Ontem eu estava lá
Hoje não estou mais
Amanhã não sei onde estarei
Mas aquilo que sinto, guardo comigo
Sem anseios ou ressalvas
Guardo lá, na essência
Falo de um elo de energia
De algo maior do que tudo
Algo que não se precisa ver ou tocar
Pra saber que está lá
Não falo de ter
Falo de ser, quando se está
E de algo sagrado quando não se está
Impermanência
É tudo aquilo que está do lado de fora
As coisas que estão dentro de mim
São minhas
E enquanto existirem
Serão sim, sagradas e eternas





Ana Mascarenhas – 08/05/2011

Nenhum comentário:

Postar um comentário