ABISMO DE FOGO
Não quero mais sentir
o veneno de algumas noites
Rondando o que ainda
me resta de paz
Não quero mais correr
os riscos que certas noites destilam
Abraços torpes em
volta de uma mesa qualquer
Um abismo disfarçado de noite tragando minha lucidez
Devorando o sossego
das manhãs
Deixando em mim um
rastro inquieto
Um vazio em forma de
labirinto
Do qual já consegui
escapar
Uma estrela cadente
risca a escuridão
Volto pra casa
Pra atiçar o fogo
Ouvir o estalar da
lenha
E ficar olhando o
braseiro
Enquanto minha língua
se delicia
Com o retrogosto do
tannat
Que respira na taça
que descansa sobre a mesa
Ana Mascarenhas –
17/06/2012
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