CENTELHA
Eram quatro e trinta
e cinco da manhã quando acordei
Sem sobressaltos
Nem pressentimentos
Nem pesadelos
Na TV passava algo
que eu não lembro o que era
Sentei na cama e
fiquei ali por um tempo
Em mim um vazio
Uma apatia
Um nada
Um não sentir
Ainda assim
Lembro que algo me
raspava o peito
E dentro do contexto
de estar fora do ar
Isto era de certa
forma um bom sinal
Era uma centelha
Uma fagulha
De que eu ainda
sentia algo
Mesmo que fosse
O raspar
Que ainda dói agora
Ana Mascarenhas –
12/10/2013
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