segunda-feira, 16 de abril de 2012

BEM ME QUER, MAL ME QUER

Tudo vai bem nesta linda manhã de domingo pelos arredores do porto da minha cidade. Outono, sol, um mate amargo, palavras, frases, poemas, saudades, certezas, garra, foco, luta, coragem.
Eis que o telefone toca e do outro lado, raiva, mentira, posse, medo, desespero, ameaça, grito, perda, ciúme, covardia, veneno e anonimato. Antagônicos sentimentos na manhã de domingo. Do lado de cá o sol, do lado de lá, a treva. Cada um luta com as armas que tem. Sigo cantando, amando, acreditando, escrevendo, vivendo, revelando, sendo eu mesma, sem nenhuma máscara. E mais uma vez, teu esforço em me fazer voltar atrás, foi totalmente em vão.
 Minhas janelas continuam abertas, arejando meus sentimentos. A brisa que sopra arrefece meus temores. Meu querer não aprisiona. Minha voz não berra. Minha mão não agride. Minhas mãos acariciam a alma e escancaram as portas.
 A leveza é o que nos garante a vontade de ir e vir. E a confiança é a ponte entremeada que sustenta a plenitude do nosso querer. O ontem e o amanhã não me interessam.  Estamos juntos e vivemos o agora. E assim somos inteiros, em cada instante que a vida nos concede. Quer queira, quer não.  Bem me quer, mal me quer. Ahhh...uma coisa, bem me quer, com certeza.

Ana Mascarenhas – 17/04/2012


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