domingo, 18 de dezembro de 2011

DE DENTRO PRA FORA

Ando acometida
De um ostracismo
Consciente
Reflexo dos tempos
Das superficialidades
Onde não se pode mais
Ser o que se é
Ou
Estar o que se está
Não conseguir deixar
Os desassossegos
Passarem despercebidos
 Pela vida
Causa um abismo
Imensurável
Entre
Quem sabe driblar
Os percalços
Da existência
E quem
Não tem o “dom” para driblá-los
Telefones emudecem
Laços se desfazem
A casa fica vazia
E minha concha
Vai se tornando
Cada vez mais confortável
Fora dela
Ninguém se importa
Em saber
 Por onde anda o riso
Nem os motivos pelos quais
O mesmo riso
Possa ter esmaecido
Do outro lado
Da concha
É mais fácil
Virar a página
Fechar o livro
E deixá-lo
De lado na estante
Se o desfecho
Da poesia
Da realidade
Não agradar
Não tenho sabido viver
 Do lado de fora
 De minha concha
Pelo simples fato
De que não sei viver
 Sem ser eu mesma
Às vezes com meus risos
Outras com meus dramas
Lampejos de ilusão
Verdades na vitrine
Alma no mar
Destramando teias
Pra tecer meu rumo
Amparada
Pela certeza
De continuar
Comovendo-me
Com as coisas
Mais simples
E palatáveis
Que a vida
Pode me dar

 Ana Mascarenhas – 18/12/2011










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