quinta-feira, 8 de dezembro de 2011


AGUDEZAS DE ALGODÃO

O desejo de proteger os meus
É tão imensurável
Quanto
 À sensação de impotência
Que me invade
Quando a vida
Sem pedir licença
Desalinha os caminhos
Daqueles que amo
Rasurando os rabiscos
Dos rumos traçados
Na vaporosa
Estrada das certezas
Sonhos
Soterrados
Sob os escombros
Pontiagudos da existência
Mutações prementes
Reverberando
Na alma
De quem
Tem uma sede
Afoita de viver a vida
Caracol que sonha
E os olhos fitos no nada
De quem pensa
Que tudo já viveu
Pés
Desesperados
Correndo contra o tempo
Em busca
De paz
Meus olhos
Marejados
Enxergam
Tudo que meu coração sente
E minhas mãos
Atadas
A uma tempestade
Que ninguém mais vê
Meus braços
Tornam-se gigantes
Um atlas
Que gesta
A esperança

Ana Mascarenhas – 09/12/2011

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