EU MEIO TU, TU MEIO
EU
Eu meio tu, tu meio
eu
Em meio a ternuras e
desejos
Eu meio tu, tu meio
eu
Enquanto a madrugada
nos invade
Entre rendas e
surpresas
Eu meio tu, tu meio
eu
Enquanto violões,
paredes, e lençóis nos capturam
Eu meio tu, tu meio eu
Reagindo afetuosamente
com o inesperado
Eu meio tu, tu meio
eu
Conjecturando sobre a
vida na calçada
Eu meio tu, tu meio
eu
Sem ranços ou
conceitos
Eu meio tu, tu meio
eu
Sem rótulos
Ou formas
Ou gêneros
Eu meio tu, tu meio
eu
Nós somos chuva
Nós somos um
Diante do mar
Que nos navega e traduz
Eu meio tu, tu meio
eu
Cada vez mais
emaranhados
Nas ondas de uma
leveza
De almas, bocas, e
pernas que se entregam
Enquanto nos
descobrimos
De um jeito que nunca
sequer imaginamos ser
E hoje
Despidos de tudo que já vivemos até antes de
nós dois
Podemos dizer que
somos
Infinita e verdadeiramente
Eu meio tu, tu meio
eu
Ana Mascarenhas –
09/01/2013
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