quarta-feira, 14 de março de 2012

 TONS EM FUGA

O tempo
Deixa rastros
Que não se apagam
A casa cheia
O riso
A leveza
A cumplicidade silenciosa
Pairava no ar
Tempos
Nem tão distantes
Nada precisava ser dito
Olhos marejados
Mãos estendidas
Portas abertas
Gargalhadas ecoando
No entorno da mesa
Verdades ditas
Um fá sustenido
Uma canção
Certezas arraigadas na alma
De que nada
Abalaria
As notas ardorosas
Que sempre cintilaram
Nos arredores de mim
A vida seguiu seu rumo
Algumas portas se fecharam
Hoje
A casa
Quase sempre vazia
Retumba um tom que se desvanece
No entanto
Em mim
Ecoa um sol maior
E eu renascendo por entre as cordas da vida
 Ainda estou aqui

Ana Mascarenhas – 15/03/2012


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